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Uso excessivo de canetas emagrecedoras reacende discussão sobre nova exigência de receita imposta pela Anvisa

Por Victor Hernandes

Uso excessivo de canetas emagrecedoras reacende discussão sobre nova exigência de receita imposta pela Anvisa
Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

O uso em grande escala de canetas emagrecedoras (Ozempic, Moujaro, Wegovy e Godzilla) tem se popularizado em todo o Brasil nos últimos meses. Anteriormente utilizada e indicada somente para pacientes com diabetes tipo 2, os produtos aram a ser comercializados e ganharam espaço entre pessoas que desejam ar por tratamentos contra obesidade e perder peso. 

 

Na Bahia, por exemplo, o empresário conhecido como Dilsinho da Bahia, chamou atenção de diferentes áreas de saúde, após revelar que consumiu mais de nove canetas de Ozempic e perdeu mais de 20 kg após o consumo do remédio. 

 

“Eu não conseguia fazer muita dieta por causa da fome. A gente que é obeso sente muita fome. E para perder peso não basta somente os tratamentos e as canetas, o que perde peso é você reduzir a sua alimentação. Comecei a utilizar esses medicamentos, pois não conseguia fazer essas dietas”, revelou. 

 

“Comia cinco pães no café da manhã e comecei a ir diminuindo. Nisso fui perdendo peso e aí eu fui utilizando as canetas, aumentando os cliques de 12 para 15 e fui fazendo exames. Quando vi perdi peso, indo de 160 kg para 140 kg. Tomei nove canetas de Ozempic e agora já estou usando a Mounjaro”, contou. 

 

Indo na contramão do baiano, a Anvisa, determinou, que a compra de produtos do tipo só ocorresse após a retenção de receitas. A medida, estabelecida em abril deste ano, indicou que a prescrição médica deverá ser feita em duas vias, e a venda só poderá ocorrer com a retenção da receita na farmácia ou drogaria, assim como acontece com os antibióticos. A validade das receitas será de até 90 dias a partir da data de emissão.  

 

Para entender melhor acerca da medida e o que ela pode impactar em meio a um contexto desses produtos, o Bahia Notícias procurou especialistas de diferentes áreas de saúde para tratar do tema. 

 

O professor e diretor médico do Núcleo de Avaliação Funcional do Aparelho Digestivo (Nafad), Fábio Teixeira, avaliou positivamente a medida da Anvisa. “Essa medida é extremamente acertada. Esses medicamentos exigem indicação médica criteriosa, monitoramento contínuo, ajuste individualizado da dose e, principalmente, um compromisso real com a mudança de estilo de vida. [...] Acredito que a medida contribui para um uso mais responsável e orientado. Ela ajuda a garantir que os pacientes que realmente podem se beneficiar do tratamento sejam devidamente avaliados, acompanhados e orientados por profissionais capacitados”, disse Fábio Teixeira. 

 

O médico, porém, alertou para os pontos positivos e negativos que podem ser trazidos pelo uso do medicamento. “O mecanismo de ação dessas medicações é extremamente interessante: elas atuam sobre neurotransmissores relacionados à saciedade e ao metabolismo, favorecendo o controle do apetite e da glicose. Por outro lado, como retardam o esvaziamento gástrico, podem provocar efeitos como sensação de estômago cheio por muito tempo, náuseas, vômitos e constipação. Por isso, a chave está na indicação correta e no acompanhamento especializado”, afirmou.

 

O especialista contou ainda sobre o crescimento da procura por esses produtos na Bahia, por parte de pacientes e de profissionais. “Temos observado uma grande procura, tanto por pacientes acompanhados por equipes médicas quanto por aqueles que buscam essas medicações com base em informações equivocadas, muitas vezes disseminadas na internet”, indicou Fábio. 

 

O presidente do Conselho Regional de Farmácia, Mário Martinelli, também apontou para um crescimento na procura das marcas no setor farmacêutico da Bahia. “Com a popularização de medicamentos como Ozempic e Mounjaro, observamos um crescimento expressivo da demanda nas farmácias da Bahia. Muitos profissionais foram desafiados a lidar com o aumento da procura, muitas vezes por pacientes sem indicação médica. Foi registrado um aumento significativo na procura por Ozempic e Mounjaro no estado da Bahia, especialmente impulsionado por campanhas informais em redes sociais. Esse fenômeno causou inclusive períodos de escassez em algumas farmácias. Em paralelo, observou-se uma redução na venda de medicamentos como sibutramina, orlistate e fitoterápicos para controle de peso. Essa mudança de perfil exige atenção redobrada dos profissionais e reforça a importância da prescrição consciente e do acompanhamento clínico.

 

Já a especialista em terapia nutricional e em nutrição clínica, Cláudia Daltro, observou e alertou acerca da quantidade de casos de perda de peso em grande escala, causando desidratação e outros problemas.

 

“Tenho presenciado casos preocupantes. Pacientes que iniciaram o uso sem orientação nutricional adequada apresentaram perda de peso excessivamente rápida como 15 kg em um mês acompanhada de perda de massa muscular, desidratação e sintomas como obstipação severa. Isso ocorre porque é necessário ajustar o volume das refeições sem comprometer a qualidade nutricional”, disse. 

 

Também nutricionista, Thayane Fraga comentou que, apesar da eficácia na perda de peso, os pacientes não devem trocar uma alimentação saudável somente pelo uso do produto. 

 

“As canetas não excluem a importância de uma alimentação nutritiva, regular e equilibrada. Pelo contrário, devem servir de e para o processo de reeducação alimentar, inclusive porque podem ajudar a diminuir a impulsividade, aumentando as chances da pessoa desenvolver habilidades de fazer escolhas mais conscientes, saindo do piloto automático”, complementou.